Wednesday 23 April 2014

"Maz'uma estoria de Setubal... E ca goste meme da m'nha cidade... Este gaje, o Hermane saraiva, era um ganda fachista, ma tamem era bom na estoria, han ? Era si senhor..."



História de Setúbal por José Hermano Saraiva
Suponho que a primeira referência ao topónimo que iria florir sob a forma Setúbal é a que ocorre na «Geografia» de Edrici, um sábio árabe nascido em Ceuta, contemporâneo do nosso D. Afonso Henriques.
Diz ele: «Alcácer do Sal fica nas margens do Xetubre, grande rio navegado por navios e outras embarcações de comércio».
Não é nome de cidade, mas de rio. Mas é admissível que o rio tivesse tomado o nome da cidade junto da qual entrava no mar : Xetubre, ou Chetubre, pode ter relação com Cetóbriga, palavra da qual, aliás, se admite que tenha vindo Tróia, nome da lingueta arenosa que tem por debaixo uma cidade romana, por cima uma cidade turística.
Quando, mais tarde, surgiu um povoado nas margens alagadiças do rio, recebeu o nome do rio: Setúbal.
A cidade de hoje seria, assim, a herdeira do nome da cidade de há dois mil anos.
Tudo isto é conjectural e apenas possível. Os sábios têm esse vezo de preencher as lacunas do saber ao certo com a argamassa das hipóteses apenas verosímeis.
Neste dominio há só uma evidência: Setúbal nasceu do Sado, tem Cetóbriga por avo remota e Alcácer do Sal como parenta de quem herdou a fortuna.
Durante todo o séc. XII não existe qualquer referência a Setúbal. Compreende-se que assim seja.
Com Alcácer do Sal nas mãos dos sarracenos e Palmela em poder dos cristãos, devia ser dificil sobreviver nas margens do rio.
Após tentativas sangrentas e malogradas, Alcácer foi conquistada pelos cristãos em 1217. Foi, desde logo, arvorada em cabeça da Ordem Militar de Santiago, e um dos rendimentos da Ordem era o imposto sobre o pescado e a tributação das mercadorias entradas pela barra do Sado.
Foi assunto, aliás, que degenerou em conflito entre o Rei e o mestre da Ordem, porque ambos entendiam ser seu esse rendimento.
Em 1274 foi finalmente negociado um acordo entre os hábeis juristas de D. Afonso III e o mestre Paio Peres: de todas as barcas com panos, ferro, cobre, madeira, metais, couros, cera, que entrarem pela barra do Rio que vem de Alcácer tenha o Rei a dízima, e a Ordem a dízima dessa dízima.
De tudo o que sair pela barra, tenha a Ordem os seus direitos conforme combinar com os donos das cargas. E o Rei não tenha nada, a não ser que se trate de mercadorias que, por lei geral, estejam sujeitas à dízima real.
Ponto 1. Ponto notável do acordo: Setúbal era o porto obrigatório. Penso que foi assim, como porto fiscal, que Setúbal nasceu. Mas cresceu de uma forma surpreendente.
À rápida agonia de Alcácer do Sal foi o preço da brilhante trajectória de Setúbal. Em Alcácer tudo o que era gente viva foi passado a fio de espada pelos Cruzados, em 1217.
Deixou de ser lá a metrópole do sal, deixaram de se construir navios (talvez sejam lembrança deles as florestas de pinheiros mansos que ainda cobrem a zona).
E praga simultânea foi o assoreamento do curso do Sado, que deixou de ser praticável a navios. As terras pantanosas foram utilizadas para a plantação de arroz e as febres palustres dizimaram implacavelmente quem se tentou ali fixar. Mas o sal continuava a ser preciso. Tinha sido sempre, e continuou a ser, a alma de Setúbal.
Não andará longe da verdade quem explicar pelo sal a expansão da cultura campaniforme. E verdade comprovada que foi com aquele sal que pagámos aos holandeses as indemnizações de guerra, depois da Restauração.
Mas os lugares de venda devem ter acompanhado a mudança dos lugares de desalfandegagem.
Isto é: pelo menos desde o acordo de 1274 fixaram-se em Setúbal e desencadearam o crescimento da terra. Em 1248 já se diz missa em Santa Maria da Graça.
Nos anos seguinte, a terra tem foral, concedido por Paio Peres Correia, que nesse documento faz uma alusão aos valiosos serviços que os setubalenses lhe prestaram na conquista do Algarve. Que serviços seriam ?
No séc. XIV a vila conquista um território para seu alfoz. Os setubalenses estavam fartos das intromissões e abusos dos vizinhos de Palmela, que olhavam para eles de cima para baixo com indesmentivel razão geográfica.
Dai a demarcação de um termo próprio, em 1343. Pouco depois (1386) assinam o compromisso da Senhora da Anunciada, em que se obrigam a realizar as sete obras da Misericórdia, «dando aos famintos de comer e aos sedorentos de beber e a hospedes albergue e aos nus vestimento, aos enfermos visitamento, aos presos acorrimento, aos mortos soterramento e ás nossas almas salvamento. Ámen».
É espantoso que, com um documento destes, Setúbal nunca tenha reivindicado o titulo de sede da primeira Misericórdia Portuguesa.
Na raiz do crescimento de Setúbal está a actividade de três e três grupos sociais: o pescador, o salineiro, o almocreve.
A cidade moderna escolheu como heróis epónimos o poeta Bocage e a cantora Luisa Todi, , que sem dúvida mereceram os monumentos que a que a contemporaneidade lhes erigiu.
Mas os heróis colectivos e fundamentais que serviram de alicerces á grandeza da cidade são estes que eu digo :
os pescadores, que nas lides de um mar particularmente rico capturaram o pescado, e em especial a sardinha, os marnotos, que na faina dolorosa das salinas produziram o sal que permitia transformar o peixe fresco em alimento duradouro,
e os almocreves, que, a tanger longas récuas de mares, lares, levaram a sardinha de Sesimbra e de Setúbal a toda a charneca alentejana e, além dela, a grande parte da Estremadura transraiana.
No Séc. XVI Setúbal merece ser condecorada com o titulo de «notável vila» (1525).
Em 1553 as duas velhas freguesias (Santa Maria e São Julião) desdobram-se em quatro.
Em 1580 é a única vila Portuguesa a tomar energicamente posição pelo candidato nacional). António Prior do Crato.
Em 1583 é ordenada a construção do Castelo de S. Filipe, destinado á defesa da barra do Sado.
Em 1584 é fundada a Irmandade dos homens de Cor.
Em 1598 a Irmandade dos homens de Ganhar, isto é, dos trabalhadores e braçais. E a Senhora do Socorros, cujo templo ainda existe.
No século seguinte, a actividade do porto é ameaçada pelo assoreamento da barra.
Em 1619 verificou-se que, entre a torre do Outão e a ponta de Tróia, onde já passaram caravelas se podia agora, na baixa-mar, passar-se a pé.
Era o desastre: os navios que vinham ao sal largavam no rio o lastro de areia. Mas a barra e o comércio continuou.
Em 1735 o banqueiro Torlades, de Hamburgo, abriu uma agência em Setúbal. Prova vigorosa da vitalitalidade da economia local é a rápida reconstrução após o terramoto de 1755.
O séc. XIX é já o tempo da consagração.
Em 1848 é iniciada a Avenida Todi.
Em 1855 as sardinhas de Setúbal alcançam menção honrosa na exposição de Paris. Aparece então, lançado por José Maria da Fonseca, o moscatel de Setúbal.
O comboio chegou em 1 de Fevereiro de 1861, já então Setúbal era cidade.
O decreto que assim a nomeia explica a promoção « não só pela sua população e posição geográfica e pela quantidade de edificios que avultam dentro dos seus muros, mas também pelo movimento e vastidão do seu comércio devido ao porto de mar »

Tuesday 23 August 2011

Para a "posteridade"... (poema da autoria do grande e saudoso poeta Setubalense, Paulo, gentilmente cedido pelo meu amigo Octaviano Sales...)

Eu queria ter montanhas de azul na ponta dos dedos
Mandá-lo para o vento que agita as ondas do mar
As aves que cantam nos ramos, a contar segredos
Procurando angustias, a fome e os medos
Com a guerra espalhada em tanto lugar

Eu queria ver o trigo no campo crescer abundante
Crianças brincando, sorrindo, crescendo à vontade
Escrever um hino bem forte e sonante
Que fizesse eco pelo mundo adiante
Da pequena aldeia a grande cidade

Eu queria ver os barcos de guerra no cais ancorados
E não ver mais bombardeiros poluir o ar
Não ver circular nas ruas mais homens fardados
Nem muros nem fronteiras, nem portões fechados
E só de alegria pudesse chorar

Friday 29 April 2011

"A verdadêra estória do "fôde na paia"..."


É qu´iste a malta fala, fala, mai na sabe com´é que se passou...
Poiz´eu táva lá, na Festa da Troia..., dess´í ane tinha ê páí uns 17 anes...
O mê pai era da quemissão das festas, ele foi da quemissão uma ganda macheia d´anes..., e atão a malta táva toda do palacio, a combinar quem é q´ia anunciar o fogue d´art´fice dessa noite... Claro está que ja táva tude c´os copes..., era d´alegria da festa, c´até táva a querrer mm´nta bem.
E diz o mê pai p´ó Armande Piolhe:
- "Ólh´ápá, já vites a bebadêra do Mané Cégue (era céguinhe d´um olhe, e comá melher tinha fegide com ôtre, tamém le chamavam o "boi cégue"...).
E diz´o Armande:
- "Ólha, vames engatar iste tudo. Hoije, quem vai anunciar´u fogue é o Mané Cégue... (àh, ê desquéci-me de dizer c´u Mané Cégue era "fanhoze", paz à sua alma, que já tá na terra da verdade...)
O mê pai:
- "Péra aí, quê vô chamar´u Jaquim Herrera (quéra ó lequetor), mai na digas nada aind´ó Manel...
E assim fez, foi chamar u Jaquim e pezeram-se todos a ver a que horas dava a "bàcha mar", quéra sempe a melhor hora pó fogue preze..., na agua a na praia...
A maré dava às dez pá mêa noite, e eles engataram o Mané Cégue pa dizer ò microfone q´à "mêa noite havia fogue d´art´fice na praia..."
Héi´ó Manel, tode intsiasmade (q´eles nunca le davam nada de gête pa fazer, p´cása q´ele andava ós tres dias de festa sempe com gandes carroças...) agarra do microfone a na vai de mêas medidas, diz assim pá praia toda (fanhoze e ainda p´cima bebade):
- "MINHAS T´ENHOIAS E MÊS T´ENHOIS, É PA DEZÊ C´HOIJE, ÀS DEZ PÁ MÊA NÔTE, À FÔDE DA PÁIA (e repetiu) ÀS DEZ PÁ MÊA NÔTE À FÔDE DA PÁIA"...
Olha, a malta ia-se mejande toda a rir..., má na era só a gente hó, era a praia toda a rir...
O Manè Cégue nunca mai teve descanse nessa festa, táv´ó rir a montes...
Clare q´aquile serviu pá malta lh´afincar màz´uns copes... Era "barraca sim, barraca sim..."
Dessa noite, as "cafetêras" aram tantas e tão boas, q´até hôve "tórada" na praia..., clare c´o boi era ó Mané Cégue..., afinal ele até já os tinha...
Não pá, é festa, é festa...!

Thursday 28 April 2011

"Ganda caldêrada"!

Nas ondas do mar, lá fora
Houve um grande desafio
Um linguado prega um murro
Nas ventas dum safio
Salta o peixe-rei à frente
Anda cá ó peixe-espada
Vem de lá uma dourada
Toda ratada do choco
A lula diz que isso é pouco
É peixe que há muito não vejo
Está um charroco preso
Às ordens do caranguejo.

Até pode meter sardinha
Carapau ou biqueirão
Que o peixe cá em Setúbal
Vai direitinho ao carvão

Saturday 16 April 2011

Ache que vou da' umas perradas no aldrabao do socrates aqui tam'em...!!!



Atao, os "pelitiques" de ca, sao os "filhes da puta" (qu'e com'agente questuma chamar...), e agora vem os gaijes do FMI ??? Devem se'primes... FMI (Filhes de Maes Infelizes...) iste so pode ta escrite em "camone", qu'em Setubalez qu'e dezer "filhes da puta"...! So pode...

Saturday 14 February 2009

"Eles dar derem, m`a tam`em levarem, qu`se cagarem..."


Atao na querem ver`esta merda, han? M`a atao na veem iste?
Ja `o tempe qu`e na vinh`aqui, chica, ja nem ma`lembrava diste do blog`...
`Epa, m`as`e tou chumbade `e c`o me vit`oria, m`a atao aqueles gajes na correm, ta o ch`a a montes, `e so tabaque, me rique "come cavalas", o "Jaquim" `o qu`era..., na se lembram? `Olha`ap`a! Aquile `e que`ra jegar`a bola...c`ate quemi`a relva `a dintada...
`O atao o Vit`o Batista, olha... esse atao na d`ava meme hipotess denhuma...
Etes gaijes agora querem maz`e um rabe d`arraia p`us entrefolhes acima, mas`e todes ahnnn !!!
E prante, aqui to eu, o "imbarrcadice" ta imbarrcade...na tenhe m`a nada que fazer, vou reclamande...
Na `asses m`az`e m`a bogas fritas p`a!!! Na t`d`scalces q`e pa iz`o pitr`ol!!!

Saturday 1 November 2008

"TEORRIAS D`UM UNIVERRSITARRE"


"`E so pa dezer que na se quem `e que foi o gaje q`escreveu iste`ahn..., s`ov`e reclamacoes na `e nada c`omigue.
O gaje deve `e te da mania, universitare...? C`a p`a mim ia de bibezinhe p`ascola qonde era peqanine..."

Vam la atao ve o qu`esta merda dexa!




TEORRIAS...
Pa todes aqueles qe nã perrcebem nada sobrre a fala dos setubalenses ou pa todes aqueles qe gostavam de saberr más da forrma côme falames, aqui fica uma parrte do mê trrabalhe da faculdade da cadêrra de Comunicaçãum e Patrrimóne Literrárre sobrre o dialécte setubalense, cóm teorrias p'rrá sua orrige, parrticularridades da fonética da nossa fala, um dicionárre de palavrras e frrases tipicas.


Teorias para a origem
Relativamente à influência de franceses no sotaque setubalense, nomeadamente no carregar dos "erres", existem duas teorias conhecidas, e ambas do século XIX: a das invasões napoleónicas a Portugal e a teoria das fábricas conserveiras de Setúbal geridas por franceses, durante a revolução industrial.
Influência dos fluxos migratórios
Apesar de o setubalense ser conhecido por carregar nos "erres", este sotaque, só é praticamente notado nos setubalenses mais idosos, já que grande parte dos setubalenses mais jovens (abaixo da faixa etária dos 45 anos) não tem esse sotaque, mas sim, vários dialectos consoante o bairro de Setúbal, em que o indivíduo está inserido.
Enquanto o extremo oriental da cidade constituído pelo Bairro Santos Nicolau e das Fontainhas, era habitado por gentes vindas do norte do País, em especial da zona da Ria de Aveiro, como a Murtosa, Ovar e Aveiro, e que normalmente vinham para pescar nos seus próprios barcos, mas também para trabalhar nas fábricas de conservas; Por isso a tendência natural das pessoas destes bairros, típica das pessoas do norte, de utilizar sonoridades nasais quando a mesma não se justifica, como por exemplo, em palavras como peru, gente, mesa, tijela, ou quente, e que são ditas, acentuando a sua nasalidade, por pirum, geinte, menza, t'jala ou queinte.
Já o extremo ocidental da cidade, constituído pelo Troino e pelos bairros da freguesia da Anunciada (Viso, Fonte Nova, Palhavã, etc.), era habitado por gentes vindas do Algarve, para trabalhar nos cercos e nas fábricas de conservas de peixe. Por isso a tendência dos descendentes destes bairros, fecharem as vogais, com a maior evidência do "o" transformado em "e" no final das palavras, já que acaba por ser comum a quase todo o Sul de Portugal, com maior destaque para o Algarve, onde os "marafades" são o expoente máximo.

Conclusão
As derivações que permitem depois a riqueza do "dialecto sadino", acabam certamente por estar directamente relacionadas com a forte ligação do povo setubalense ao mar, e à pouca instrução escolar que durante anos marcou a sociedade setubalense, e que permitia facilmente a proliferação de expressões inventadas com palavras adaptadas popularmente às necessidades.
A única certeza, que podemos dar como certa, é que nenhuma das teorias da origem, terá marcado, individualmente, tanto a forma de falar dos setubalenses, porque a forma de falar à setubalense, faz a mistura dos sotaques do algarvio, do nortenho e também do francês. A partir daí, a sua extensão a toda a população setubalense tornou-se fácil e natural, até porque a "musicalidade" intrínseca à verbalização destas expressões, deve-se principalmente à conjugação da grande maioria dos termos, que mais fortemente ficaram agarrados no processo da evolução deste dialecto sadino.

Monday 15 September 2008

"AH GANDA VIT`O`O`O`O`O`O`ORIA !!!!!!!!!!!




Ja que tames d`uma de cantorias, atao va, vai ja d`embute a marcha do Vitoria tamem.

A Marcha do Vitória

Em Setúbal nasceu
Um clube pequenino
Que ficou bem na memória

E com os anos cresceu
Entranhado no destino
Com o nome de Vitória

Agora já foi igual
Aos grandes de tradição
O Vitória faz das suas

Quer dentro de Portugal
Ou em qualquer outra nação
Perde uma não perde duas

VIVA O VITÓRIA
GRITEMOS TODOS BEM ALTO
É O VITÓRIA
QUE PÕE TUDO EM SOBRESSALTO
VIVA O VITÓRIA
EQUIPA DE TRADIÇÃO
VIVA O VITÓRIA
CLUBE DO MEU CORAÇÃO

CANTEMOS TODOS ESTA MARCHA DE LOUVOR
CANTEMOS TODOS SEJA LÁ ONDE FOR
VIVA O VITÓRIA
QUE NOS FAZ CRIAR GLÓRIA
GRITEMOS TODOS BEM ALTO
GRITEMOS VIVA O VITÓRIA

Vitória tens o bairrismo
Adeptos do coração
Que te sabem proteger

Ganhando com brilhantismo
Jogando com correcção
E também sabes perder


Quando em dias de final
Se chegares à vitória
És por todos saudado


Equipa de Portugal
És a honra és a glória
Desta cidade do Sado

VIVA O VITÓRIA
GRITEMOS TODOS BEM ALTO
É O VITÓRIA
QUE PÕE TUDO EM SOBRESSALTO
VIVA O VITÓRIA
EQUIPA DE TRADIÇÃO
VIVA O VITÓRIA
CLUBE DO MEU CORAÇÃO

CANTEMOS TODOS ESTA MARCHA DE LOUVOR
CANTEMOS TODOS SEJA LÁ ONDE FOR
VIVA O VITÓRIA
QUE NOS FAZ CRIAR GLÓRIA
GRITEMOS TODOS BEM ALTO
GRITEMOS VIVA O VITÓRIA


VITORIA, VITORIA, VITORIA, VITORIA, VITORIA, VITORIA ,VITORIA, VITORIA, VITORIA, VITORIA...

AH GANDA VIT`O`O`O`O`O`O`O`O`O`O`ORIA !!!!!

Este `e q`era um ganda Setubalens`ahn !



Me rique Xic` da Cana, `a coisa m`a linda !

C`onde se punh`a cantar o noss hine, o "Rio Azul", ate as`unhas dos pes`incaraclavam...

AH GANDA XIC !!!

Agora, em homenaige o "nosse Xic", vai aqui o Hine da Republica Pepelar da Peninsela de Setubal.

Rio Azul

Setúbal, eu tenho pena
de não te poder cantar.
Tu és mote de um poema
que ninguem pode ensinar

Se há beleza em qualquer lado
se valesse algum dinheiro
com a princesa do Sado
comprava-se o mundo inteiro


Onde é que existe um rio azul igual ao meu
que em certos dias tem mesmo a cor do céu,
minha cidade é um presépio é um jardim
queria guardá-la inteirinha só para mim.


Setúbal terra morena
onde tudo fica bem,
tens a beleza serena
no rosto de minha mãe.

Ó rio Sado de águas mansas
que pró mar vais a correr,
não leves minhas esperanças
sem esperanças não sei viver.

Onde é que existe um rio azul igual ao meu
que em certos dias tem mesmo a cor do céu,
minha cidade é um presépio é um jardim
queria guardá-la inteirinha só para mim.

Eh, coisa mai`linda !

`E quiste `opois da pa repetir`as vezes c`agente quizer`ahn!

"Perrsenaiges e figurras !"

Vou`ma`qui tenta `lembrar das figuras da terra de q`ond e era pecanine, na`e c`agora seja mnte grande, mas pronte...

Clare que tenhe qu`quemecar com o nosse principal`artista, Sua Excelencia, o ftur Presidente da ftura Republica Popula` da Peninsela de Setubal, Dr. "ZE MALUC", (ache c`agora ele tem d`a mania qu`e fadista...).

Atao e ainda alguem ainda se lembra do "VITA POPO", aquele soice q`andava p`as ruas da baxa, com duas banderinhas nos dedes, a faze` d` carre e`apitar ?

E, com`e clare, o "LAMAS", tod`agente quenhece o "LAMAS", mai bebade c`o vinhe, mai suje c`os porques.

Atao e o "PAO E UVAS" ? Quem e que se lembra deste ? Era um gaje mnta alte, que trabalhava da "Cambra", e c`antigamente, c`onde eram noves, fazia gandes`apostas c`u "ZE MALUC", a andar`a volta do "Becage", `o a ver quem e c`andava mai depressa do "Vise" `a "Camarinha"! Ninguem se lembra ?

E o "JOAOZINHE", que tava semp`e la em ba`xe a crava` a malta com "cinque`stoezinhes p`o cafe" ? E `opois`a malta dezia-lhe "so te dou cinque`stoes se d`es um bejinhe aquele gaje", e ele ie log tenta dar`um beje `o gaj, tav`o rir`amontes !

E do ote, que le chamavam "MERINHE" `o "MERIM" era assim uma coisa, aquele ganda cafetera c`uma vez tava c`a buba, a ver os leoes, relote do cirque, e quemecou a dezer `o pute pa faze`ma festinh`o leao, e, com`o pute na foi da cantiga, meteu la ele a mao e o leao arrancou-l`o brace ? Na se lembram ?

Ap`a, gande`s`apanhades do clima !

Quem se lembr`a de m`a s`alguns, e so dezer`o, c`o senao sou e` sozinhe!

Sunday 31 August 2008

" Olha, ápá, atirra á mérrda da'àmarra pá !"


Porto de Setúbal, na entrada de um barco de grande porte, manobra de atracagem e ouvem-se gritos do cais:


- Atirrá'ámarra!
e ouve-se do lado do barco...
- What?
- Atirra a merrda da'ámarra p'áqui!
- What? I don't understand? ( novamente do barco, com mão junto da orelha, como se assim entendesse melhor)
- A-ti-rra a coorr-daa! Pa porr'assim aqui... p'ámarrar o barrque... a corrda!( esbracejando)
- What?
-Sóce! Atirra á puta d'ámarra p'áqui, sóce...cósenão vais ca maré!
Eis então quando um amigo aparece no cais...
- É Zéi?
- Qui'éi?
- Vê lá tú se t'entendes c'o camone, qu'ele parrece qué parrve! Tou paqui à má' de mea horra a d'zer ó gaije pátirrar a corrda... na m'ôve...parrece qué mouque!
- É aquele que tá ali da borrda da prroa, ca cabecinha d'ódeforra?
- Éi,éi...
- Do you speak English? (diz o Zéi)
- Yes, Yes...
- Atã atirra a merrda d'ámarra, pá sóce! Táz'ásperra do quêim?

Friday 1 August 2008

"Pensa`zu queim ? Iste Setubal `e mnt`intigue`ahn...!"


Um g`aj`a sabe cu Hermane Saraiva na `e Setubalez, ma`zu gaj`e espert`0 ! E iste tamem da p`os putes, mai tard, saberem com`e quist q`emessou, aqui em Setubal...
(e na disse qa capital tinha qu`se na Caldera ? int`e o Hermane sabe disse...)


História de Setúbal por José Hermano Saraiva

Suponho que a primeira referência ao topónimo que iria florir sob a forma Setúbal é a que ocorre na «Geografia» de Edrici, um sábio árabe nascido em Ceuta, contemporâneo do nosso D. Afonso Henriques.
Diz ele: «Alcácer do Sal fica nas margens do Xetubre, grande rio navegado por navios e outras embarcações de comércio».

Não é nome de cidade, mas de rio. Mas é admissível que o rio tivesse tomado o nome da cidade junto da qual entrava no mar : Xetubre, ou Chetubre, pode ter relação com Cetóbriga, palavra da qual, aliás, se admite que tenha vindo Tróia, nome da lingueta arenosa que tem por debaixo uma cidade romana, por cima uma cidade turística.

Quando, mais tarde, surgiu um povoado nas margens alagadiças do rio, recebeu o nome do rio: Setúbal.

A cidade de hoje seria, assim, a herdeira do nome da cidade de há dois mil anos.
Tudo isto é conjectural e apenas possível. Os sábios têm esse vezo de preencher as lacunas do saber ao certo com a argamassa das hipóteses apenas verosímeis.
Neste dominio há só uma evidência: Setúbal nasceu do Sado, tem Cetóbriga por avo remota e Alcácer do Sal como parenta de quem herdou a fortuna.

Durante todo o séc. XII não existe qualquer referência a Setúbal. Compreende-se que assim seja. Com Alcácer çdo Sal nas mãos dos sarracenos e Palmela em poder dos cristãos, devia ser dificil sobreviver nas margens do rio.
Após tentativas sangrentas e malogradas, Alcácer foi conquistada pelos cristãos em 1217. Foi, desde logo, arvorada em cabeça da Ordem Militar de Santiago, e um dos rendimentos da Ordem era o imposto sobre o pescado e a tributação das mercadorias entradas pela barra do Sado.
Foi assunto, aliás, que degenerou em conflito entre o Rei e o mestre da Ordem, porque ambos entendiam ser seu esse rendimento.

Em 1274 foi finalmente negociado um acordo entre os hábeis juristas de D. Afonso III e o mestre Paio Peres: de todas as barcas com panos, ferro, cobre, madeira, metais, couros, cera, que entrarem pela barra do Rio que vem de Alcácer tenha o Rei a dízima, e a Ordem a dízima dessa dízima.
De tudo o que sair pela barra, tenha a Ordem os seus direitos conforme combinar com os donos das cargas. E o Rei não tenha nada, a não ser que se trate de mercadorias que, por lei geral, estejam sujeitas à dízima real.

Ponto 1-Ponto notável do acordo: Setúbal era o porto obrigatório.
Penso que foi assim, como porto fiscal, que Setúbal nasceu. Mas cresceu de uma forma surpreendente.

A rápida agonia de Alcácer do Sal foi o preço da brilhante trajectória de Setúbal. Em Alcácer tudo o que era gente viva foi passado a fio de espada pelos Cruzados, em 1217.
Deixou de ser lá a metrópole do sal, deixaram de se construir navios (talvez sejam lembrança deles as florestas de pinheiros mansos que ainda cobrem a zona).
E praga simultânea foi o assoreamento do curso do Sado, que deixou de ser praticável a navios.

As terras pantanosas foram utilizadas para a plantação de arroz e as febres palustres dizimaram implacavelmente quem se tentou ali fixar. Mas o sal continuava a ser preciso. Tinha sido sempre, e continuou a ser, a alma de Setúbal.
Não andará longe da verdade quem explicar pelo sal a expansão da cultura campaniforme. E verdade comprovada que foi com aquele sal que pagámos aos holandeses as indemnizações de guerra, depois da Restauração.

Mas os lugares de venda devem ter acompanhado a mudança dos lugares de desalfandegagem.
Isto é: pelo menos desde o acordo de 1274 fixaram-se em Setúbal e desencadearam o crescimento da terra. Em 1248 já se diz missa em Santa Maria da Graça.

Nos anos seguinte, a terra tem foral, concedido por Paio Peres Correia, que nesse documento faz uma alusão aos valiosos serviços que os setubalenses lhe prestaram na conquista do Algarve. Que serviços seriam ?

No séc. XIV a vila conquista um território para seu alfoz. Os setubalenses estavam fartos das intromissões e abusos dos vizinhos de Palmela, que olhavam para eles de cima para baixo com indesmentivel razão geográfica.
Dai a demarcação de um termo próprio, em 1343. Pouco depois (1386) assinam o compromisso da Senhora da Anunciada, em que se obrigam a realizar as sete obras da Misericórdia, «dando aos famintos de comer e aos sedorentos de beber e a hospedes albergue e aos nus vestimento, aos enfermos visitamento, aos presos acorrimento, aos mortos soterramento e ás nossas almas salvamento. Ámen».

É espantoso que, com um documento destes, Setúbal nunca tenha reivindicado o titulo de sede da primeira Misericórdia Portuguesa.

Na raiz do crescimento de Setúbal está a actividade de três grupos sociais: o pescador, o salineiro, o almocreve.

A cidade moderna escolheu como heróis epónimos o poeta Bocage e a cantora Luisa Todi, , que sem dúvida mereceram os monumentos que a contemporaneidade lhes erigiu.
Mas os heróis colectivos e fundamentais que serviram de alicerces á grandeza da cidade são estes que eu digo :
Os pescadores, que nas lides de um mar particularmente rico capturaram o pescado, e em especial a sardinha.
Os marnotos, que na faina dolorosa das salinas produziram o sal que permitia transformar o peixe fresco em alimento duradouro.
Os almocreves, que, a tanger longas récuas de mares, lares, levaram a sardinha de Sesimbra e de Setúbal a toda a charneca alentejana e, além dela, a grande parte da Estremadura transraiana.

No Séc. XVI Setúbal merece ser condecorada com o titulo de «notável vila» (1525).

Em 1553 as duas velhas freguesias (Santa Maria e São Julião) desdobram-se em quatro.

Em 1580 é a única vila Portuguesa a tomar energicamente posição pelo candidato nacional). António Prior do Crato.

Em 1583 é ordenada a construção do Castelo de S. Filipe, destinado á defesa da barra do Sado.

Em 1584 é fundada a Irmandade dos Homens de Cor.

Em 1598 a Irmandade dos Homens de Ganhar, isto é, dos trabalhadores e braçais. E a Senhora do Socorros, cujo templo ainda existe.

No século seguinte, a actividade do porto é ameaçada pelo assoreamento da barra.
Em 1619 verificou-se que, entre a torre do Outão e a ponta de Tróia, onde já passaram caravelas se podia agora, na baixa-mar, passar-se a pé.
Era o desastre: os navios que vinham ao sal largavam no rio o lastro de areia. Mas a barra e o comércio continuou.

Em 1735 o banqueiro Torlades, de Hamburgo, abriu uma agência em Setúbal. Prova vigorosa da vitalitalidade da economia local é a rápida reconstrução após o terramoto de 1755.

O séc. XIX é já o tempo da consagração.

Em 1848 é iniciada a Avenida Todi.

Em 1855 as sardinhas de Setúbal alcançam menção honrosa na exposição de Paris.
Aparece então, lançado por José Maria da Fonseca, o moscatel de Setúbal.

O comboio chegou em 1 de Fevereiro de 1861, já então Setúbal era cidade.
O decreto que assim a nomeia explica a promoção « não só pela sua população e posição geográfica e pela quantidade de edificios que avultam dentro dos seus muros, mas também pelo movimento e vastidão do seu comércio devido ao porto de mar ».


(tao a ve r o qu`e qe tava d`zer, o gaije `e meme espert`oh, mas na se esquecem qe tir`e iste do comp`tador`ahn !)

" O Castel de San`Felip`"


"Eles dizem c`aqu`il `e um forte, m`as c`a pa mim `e um castel !"

Agora um b`cadinhe ma`z`o serio, ai per`baxe vai um resume da est`oria do Castel de San`Felip`, (parece c`aquil` foi fet` pus`panhois, ma`zagent` chumbame`zels).



Forte de S. Filipe

Por ocasião da visita de Filipe II a Setúbal, em 1582, acompanhado de especialistas na construção de fortalezas, terá surgido a mais antiga planta conhecida de Setúbal, a partir da qual se verificou a necessidade de construir uma nova fortaleza que complementaria a já existente fortaleza de Sant'Iago do Outão.

O projecto foi entregue a Filipe Terzi (engenheiro militar italiano) que projectou uma fortaleza segundo os modelos mais avançados da época. Foi concluída em 1600 sob orientação de Leonardo Torreano (Terzi falecera em 1598). Esta fortaleza revela um novo tipo de estrutura abaluartada que surge como resposta à artilharia pirobalística.
A sua planta em estrela irregular de seis pontas, permitia grande diversidade de posições de tiro e maior eficácia de defesa.
As muralhas com inclinação ofereciam maior resistência ao impacto de projécteis cada vez mais poderosos. Uma segunda linha de muralhas avançadas cobertas com um largo fosso, reforçava essa resistência criando um duplo obstáculo.
Não possuindo qualquer tipo de torre, a fortaleza de S. Filipe incluía no seu interior um importante conjunto de edifícios, do qual se destacam a residência do governador e a igreja, revestida no seu interior com magníficos painéis de azulejo, assinados por Policarpo de Oliveira Bernardes (1736).
Nesta magnífica fortaleza está hoje instalada uma pousada integrada na rede das pousadas de Portugal.
Dela se avista a cidade de Setúbal e o rio Sado.


"Olhem quist foi c`piade do comp`tador, `o q`e isse !"

Monday 28 July 2008

"Est`oria de roazes!"


Ist`e uma estoria com m`a`d cem anes. Contem os m`as intigues, c`a m`nts anes andava uns pescadores, `o mar numa batera, ali meme pu fie`da troia, a da` ma qerredela dent`do rio, q`ond vei um vindaval, `ma ganda nortada, e eles forem `o fund, tods enfarpelads com botas, avintais, ropa grossa.
Ove um que se safou, mas`o otre tava-s`afegar, foi q`ond`atao vei um roaz e qemeco-lh`a emperrar pa`praia, c`o fecinh, ate chegar`a berdinha da praia e salvou-lhe.
E ainda `a gajes que matem estes biches, la fora..., agent`aqui, do Sade, desd`esse temp, nunca mas`apanh`ams denhum, meme q`ond eles dao cabe das redes`e tud...
Ainda p`a mais, somes o uniqe ri`da Eropa com roazes a vive`la dentr...
Do otre dia, iames tods p`a praia, ia`o barqe carregadinhe de malta p`o cant`verde, e q`ond iams a passa`o cabess, qemess`os roazes a salta`fora d`agua, atra do`choqes, `e ganda maravilha p`a, espetacle.
Olha, vou `e ja avisa`les, s`e vej alguem a faze mal a estes biches, enfi`le `e um rab d`arraia p`us entrefolhes acima, tou ja`a visar`an !!!!

Thursday 17 July 2008

"Est`orria d`uma revolta !" (ist`e c`a uma merrda qu`e tenh c`a dentrre...!)



(magicada num lanche no "Ze do Barril", continuada ao jantar no Égas (que pra efeitos da clandestinidade é o Soda)



“Republica Pornográfica da Peninsula de Setubal”


PLANO PARA “RESGATAR” PORTUGAL AOS PORTUGUESES, CRIANDO A “R.P.P.S.” !...


Passo 1: 
Depois de reunirmos o "nucleo duro" da revolta (Jaquim Rebimbas, Ze Rebocho, o irmao da Suzete (a boazona), o cunhado do Tonh` d`Alzira e eu..., o "je"), na "Tasca do Barril", (com uma investida, para uma ginja a "Taberna do Ze Blaita", e lanche ajantarado no "Soda"), decidimos enveredar pela "senda" revolucionaria, entao, o nosso primeiro passo vai ser: Aproveitamos a confusao actual no Parlamento, mais as manifestacoes e, durante as "ferias Judiciais do Natal", para pedirmos a independência a Lisboa. Logo a seguir, ai "entre os Reis e o Carnaval", a ver se os apanhamos cafeteiras e enfartados com filhozes e bolo rei, como `e claro, entramos em negociacoes para definir as coisas...! Primeiro que tudo, vamos trocar a Costa da Caparica, Almada e Cacilhas, por Grândola, Melides e Santo André, mas "Lisboa" tem que ficar com a pandilha de pilantras Passos Coelho e Gaspar e principalmente com o Mata Carceres, que nao valem um "corno", todos juntos nao fazem um...



Passo 2: 
Os Alentejanos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Festa da Troia, pela Herdade da Comporta, pelo empreendimento turistico do Pinheiro da Cruz e pela refinaria de Sines. O turismo é que esta a dar, alem disso ainda “vendemos” combustíveis, vinho e batata doce a "Lisboa". Eles, os "Portugueses", ficam “encurralados” entre a OTA, o Alentejo & Algarves e a "pandilha" Coelho \ Gaspar & Mata Cães (que nao valem um "corno").


Passo 3:
Desesperados, os Portugueses tentam devolver-nos a "pandilha" Coelhinho \ Gasparzinho e Mata Cães (que nao valem nada). A malta, claro, não aceita.


Passo 4: 
Eles oferecem também o Alentejo & Algarves. A malta mantém-se firme e não aceita. 


Passo 5:
O Ribatejo aproveita tambem a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados, os Portugueses, devolvem-nos a Costa da Caparica e Almada, e dão-nos ainda o Ribatejo e o Alentejo & Algarves. A contrapartida é termos que ficar com a puta da "pandilha" Coelho \ Gaspar e Mata Cães (que sao um desperdicio de oxigenio). A malta faz-se outra vez difícil mas aceita, ainda que "com muitas duvidas" e com uma clausula de possivel "ressarcimento monetario" (pra disfarcar).


Passo 6:
Damos a independência ao Ribatejo. A contrapartida é eles ficarem com a tal malfadada "pandilha" Coelho da Pascoa \ Gaspar o fantasminha e o Mata Cães (que nao valem nem a agua que bebem). A malta dos “toiros” pensa que pode bem com eles e aceita sem hesitar. Sem a "pandilha" Coelho \ Gaspar e Mata Cães (que nao prestam pra nada), Setubal torna-se uma realidade paradisiaca. O Alentejo & Algarves não causam problemas.


Passo 7:
Se a malta dos “toiros” não conseguir aguentar os pilantras, Coelho \ Gaspar e Mata Cães (cujas mães deviam ter abortado), e o Ribatejo pedir para se tornar território Setubalense, a malta continua a fazer-se difícil mas aceita apesar deles lá estarem (eles os pilantras da pandilha, que, como todos sabem, nao valem um corno).


Passo 8:
Fazemos um acordo com o Brasil. Eles enviam-nos os “sem terra” e nós mandamos-lhes a tal "pandilha" Coelho \ Gaspar e o velhaco do Mata Cães (que nao valem um caracol). 


Passo 9:
O Brasil, por causa dessa mesma "pandilha" de sacanas (que nao valem um peido), entram imediatamente em “crise” e pedem para ser “colonia” Setubalense. A malta aceita e manda a "pandilha de “mafarricos” (que nao valem même nada) para o exilio, numa jangada, pro “cabeço” no meio do rio, apesar das gaivotas largarem as penas, as ameijoas migrarem pra Caldeira, as tainhas perderem as escamas e os “roazes” evitarem aquela rota (por ser mal habitada), afinal sempre e melhor lidar com um "desastre ecologico" do que com "eles", que devem ter sido feitos com o "espilrro" de uma punh***ta...



Passo 10:
Com os brasileiros “sem terra” (que nunca fizeram mais nada na vida que nao fosse jogar “peladinhas” de futebol) mais a “malta” do Vitoria, Setubal torna-se uma verdadeira potencia no futebol! 


Passo 11:
Os “Tugas” ficam tão desmoralizados, que nem oferecem resistência quando os “escorraçarmos” para as Beiras (quanto mais 'a "Beira" melhor, a ver se caem de vez...). 


Passo 12: 
Unificamos finalmente a Estremadura, Ribatejo e Alentejo & Algarves sob o "estandarte" Setubalense.


Passo 13: 
A dimensão extraordinária adquirida, que une a Republica Pornográfica da Peninsula de Setubal e o Brasil, torna-nos verdadeiros senhores do Atlântico. Colocamos portagens no mar, (os patrulheiros podem começar por ser a frota dos botes dos chocos) logo ali junto ao cabo Espichel, principalmente para os barcos lisboetas (portugueses), que são sujeitos a uma sobretaxa tão elevada que nem os “subsídios” da CEE os salvam (eles que chamem a puta da troika outra vez...) 



Passo 14:
Economicamente asfixiados eles tentam aterrorizar-nos com esquema de trazer de volta o Pinóquio outra vez, mas a malta, em retaliação e sem medos, ameaça enviar-lhes a "pandilha" Coelhinho da Pascoa \ Gapar o fantasminha e o (até me custa dizer o nome) o Mata Cães (que nao valem mesmo nada) e eles rendem-se incondicionalmente. Está definivamente fundada a R.P.P.S.!

Passo 15:
Conduziremos entao, aos ombros em apoteose, o Presidente da Republica Pornográfica da Peninsula de Setubal, S. Exª. Zé Mourinho, aos Passos do Concelho (futura Sex Shop), para beijar “a pena” ao Bocage.
A cerimonia será abrilhantada pelo conjunto “Os Alcorrázes” e “Irmãos Cabanas”, coreografia e apresentacao de Octaviano Sales, em "calcinhas de licra"!

P.S.- de notar que a Presidência da Republica será compartilhada com o cargo de Seleccionador...(coisa que dará azo a um conflito Internacional com os Espanhóis e daí partiremos à conquista da Península..., mas isso são outros quinhentos...)! 

Facílimo, não?!!!

Monday 14 July 2008

"Ui, matai qu`e suic !"

RECUANDO "P`AI" 40 ANOS, OU MAIS, PODEMOS IMAGINAR ESTA CENA (descricao em "Setubalez").

"Ha m`nts anes, t`ava um varine a d`a breu no fund`da batera, ali da`chontainhas e t`ava uns barques da marinha mercante enquestades a descarregar. O varine tinha`o breu d`uma lata `o lume, e t`ava a dar aquil com um pincel grande, ali descansadinhe da vida. Cond`ele viu um camone vi`te com ele.
O ote comecou-lhe a pergunta coisas, olha, m`a atao qu`ele na falava camone, e o ote va de fala`com ele. Olha, o varine qemeca-se a enervar, e bumba, da`le co pincel che`de culiter, `o breu, `o qera`quil, meme p`as trombas, o ote na se ficou, vira-s`o varine e afiansa-le umas mocadas tam`em. O camone era grajola, o varine viu que na p`dia co`ele, desat`os grites :
"ui, matai qu`e suic, matai qu`e suic".
Vei a malta toda, olha, deram uma ganda calderada no "suic", dexaram-l`as trombas dum bol."

Thursday 10 July 2008

"Gand` vindaval qu`vai p`ai ! So se fo` algum cicloine !"

EXAME DE UM PESCADOR PARA A CARTA DE MESTRE (feito pelo Patrao-Mor, na Capitania do Porto de Setubal).

Patrao-Mor - Entao, voce esta no mar... avaria-se o motor do barco..., comeca a vir vento... o que e que faz ?

Pescador - Olha, atao... larrg` o ferr p`a d`ent d`agua.

Patrao-Mor - Entao e se vier mais vento ?

Pescador - Atao so`patrrao`morr, larrg` mai cab.

Patrao-Mor - E se vier ainda mais vento ?

Pescador - Olha... se vierr ainda mai` vent... atao, larrg ainda mai` cab.

Patrao-Mor - Voce tem assim tanto cabo pra largar ?

Pescador - Atao, e o so`patrrao`morr ainda tem mai`vent p`amadarr ?

Tuesday 8 July 2008

"Avante camarada..."


Num dia de campanha eleitoral, na doca "d`alota", um dos "pelitics c`andava ali `o beja mao", diz para o mestre de um barco que estava a encostar ao cais para descarregar :

- Bom dia camarada !

-Camarrada ? Ja fotes `o marr comigue, `o quem ?

-Entao a pesca ? Deu alguma coisa ?

-Olha, `ap`a, qu`e apstarr queste tamem qu`e pexe ?

(o outro viu que nao "levava" nada dali...)

-Entao bom dia e "avante camarada" !

-Avante m`as `e o carracas, vai'me a trrainerra dencontrre `a merralha, parrte o barrque tode !

"Dia do clube"


Olha, ap`a, atao na tava da quarrta ferra a porrta du "casine", pa irre `o dia du clube, tava ali meme `a berrdinha da estrrada, atao na vem uma merrda dum "mine", d`ame uma panada pa perrna, olha, parrtime a perrna em dois lads, dexou`me o "perroine" `a perrcefice. `O menes que foce um "merrcedes", agorra uma merrda dum "mine"...!

Dicionario da Lingua "Setubaleza"; Expressoes & Frases Soltas (tudo por ordem "analfabetica")


Palavras – Traducoes


· Á`pá – (modo de chamar a atenção).
- Albói - Entrada, no convés do barco, para as acomodações em baixo.
· Amandar – (eu amando; tu amandas; ele amanda…, ex: amandar a bola).
· Arrebentar – (rebentar).
· Arrepêze – (arrepentido).
· B`lachada – (estalo na cara).
· Bajola – (pessoa ou coisa “gorda”).
· Barraquerr – (pessoa efusiva, alegre, que faz “palhacadas”).
· Batajol – (pedra grande).
· Batêra – (bateira - embarcacao sem quilha e simetrica, propria para navegar nos estuarios, em agua pouco profunda).
· Bêces – (beiços).
· Bola de cat`chumb – (bola de futebol em couro).
· C`rtiça – (cortiça / boias das redes de pesca).
· Caçadêra – (bateira (v.d.) pequena).
· Cacilho – (cigarro).
· Cacimba / Murraça – (chuva miudinha).
· Caga-lête – (chama-se ao pessoal de Sesimbra).
· Camone – (estrangeiro, forasteiro).
· Carramél – (caramelo - tambem se usa para pessoa do campo).
· Carrga d`trrabálhes – (pessoa complicada, conflituosa).
· Chalavar – (aro redondo de ferro com uma rede em forma de saco).
· Chumb` - (chumbo usado nas redes de pesca).
· Corredéla – (accão de pesca em que a rede vai com a deriva da maré).
· Culit`er ou Breu – (alcatrão derretido que se aplicava no fundo das “bateiras” (v.d.) para vedá-las).
· Dem`pé – (de pé).
· Desempachade – (solto, resolvido, sem problemas).
· Embarrcad` / Embarrcadiç – (diz-se do pessoal da mrinha mercante).
· Empachade – (complicado, enrolado, confuso).
· Enviada – (tipo de barco de pesca que transporta o peixe que os outros barcos apanham).
· Enzol / Inzol – (anzol).
· Fáxiose – (obsecado)
· Ferrad`choc – (secreção preta que o choco usa para fugir, os “Potugueses” chamam-lhe “tinta”).
· Figues – (figos).
· G`anda – (grande - ex: “g`anda vazz da merrda – grande vaso de merda)
· Gaginhe / gaginha – (rapazinho / rapariguinha).
 - Galheta - Estalada na cara (ainda levaz'e um par de galhetas nas trombas).
· Ganha pão / G`vern`a vida – (chalavar (v.d.) fixo na ponta de uma vara, que serve para colher o peixe que se solta das redes).
· Gazeline – (tipo de embarcação de pesca).
· Grajola / granjola – (grande).
· Home – (homem).
- Latada - Estalo na cara.
· Longonha / Lengonha – (pessoa lenta, que nao é habil. Serve para descrever “sémen” também).
· Macanude – (radio CB usado nos barcos de pesca artesanal).
- Ó'rrablão - À reboleta, desamparado, pelo chão.
· P`nherrinh da catôa – (diz-se para chamar careca a alguém).
· P`xêr – (croc, gancho de metal na ponta de uma vara).
· Panada – (pancada).
· Panelêre / Picolhe / Pandelêre / Polv / Pan`lerão – (homossexual).
· Párra-lápes – (apára-lápis - serve tambem para denominar um peixe usado antigamente para farinha e racoes de animais)
· Parriga – (rapariga).
· Pérr`la – (pérola).
· Pérré – (maré vazia / zona mais baixa das muralhas das docas).
· Pêxe – (peixe).
· Pirr`la – (pilula).
· Pirriquite – (piriquito).
- Pirrum - (peru)(falhanco do guarda-redes). "`Essa merrda na foi um frrangue, foi um pirrum!"
· Pôpa / Ré – (parte de trás dos barcos).
· Prroa / Vante – (parte da frente dos barcos).
- Quête - Espaço vedado, no barco, para pôr peixe.
· Q`rrida – (corrida - ex: “irr`à q`rrida” – ir à corrida).
· Rabác` – (rabaco - chama-se aos filhos dos “varinos” nascidos em Setubal)
· Rápa – (tipo de barco de pesca de cerco).
· Roção – (rede de pesca artesanal).
- Sarrar o pau - Conversa alongada.
· Sêba – (algas marinhas).
· Serrm`s – (somos).
· Sóce – (sócio).
· Tá sáf` / Ta fet` - (está resolvido, pronto).
· Trróliterr – (vigarista).
· Varrine – (varino - chama-se ao pessoal mais antigo da “borda d`agua”, que veio da zona de Aveiro, Murtosa, etc.).
· Vazz d`amerrda / Met`noj – (pessoa que nao presta).
· Vidrrinhes / Caxa`doc`les – (pessoa que usa oculos).


Expressoes & Frases soltas
· Á pá carrga d`trrabálhes – (diz-se para pessoa trapalhona).
· Á pá pariga qué`iss`hã? Que pêxe é esse `o?
· Á pá parriga ja dé `tes de comerr aos pásserrs é quê fui `o medco da prosta na tive tempe.
· Á pá pintelhe – (miudo).
· Á pá, iss`é da prrecefice o da mea tona? é mas`é da prrefondurra.
· Á`miga já passô a caminéte ? - (amigo já passou o autocarro ?).
· Alzirra mete os putos na barraca que vai havê mocada.
· Ápa parriga, ia-te po grrel acima ! – (sem comentarios).
· Atrrac`á d`pôpa – ( atracar por trás / diz-se dos homosexuais).
· Áua chôque / Ab` já a boca toda. – (não querias mais nada!).
· Boa nôte minhas senhorras e mês senhorres. Há aqui um grrupo de soces que nã sã soices da Onião e tão assentados. É só pá avisarr os soces que nã são soices pa se alevantarrem, e os soces que são soices pa s`assentarrem. - (aviso de um ex presidente da União Setubalense, num dos muitos e famosos Bailes daquela instituição).
· Cherra à Porrtucel – (cheira mal).
· Dá aí uma teca – (dá-me um bocado).
· Daniel, nunca fo`tes`a trropa – (bolas, f***-se).
· Dexarr a boca em chau – (ficar com os lábios rebentados por comer figos ainda mal maduros ou comida picante).
· Eles errem trrinta agentes`érremos só vinte nóve más eu... ,eles dá` dérrem, má levarrem que se cagarrem.
· Feia comó batelão da Secil – (maneira de chamar “muito feia” a uma mulher).
· Ganda calderada / Ganda espiga – (grande confusão, grande bronca).
· Iste agorra tá é tude perrdide, atão na vês as gaginhas, ca`gorra só querrem é andarr co`este e c`aquele e tomarr a pírr`la ou o que é isse...! So sabem é tárr de caféi, a femarr qu`nem uns caváles !
· Já anda mazé o chumb` p`cima da c`rtiça – (ja estas mas e a abusar...).
· Já tás mazé a metê`m`nta mante'ga do pão - (expressão para avisar o outro que ja esta a abusar).
· Já te vi a quilha – (expressão usada para dizer que ja percebi ou conheço o tipo de pessoa que és...).
· Jgáde à viva - estar atento
· Jogarre aos b`necos – (jogar matraquilhos).
· Levas um murre pús bêces q`até ficas a fazê dóminó pós dôs lades. – (levas um murro na boca que ficas esticado no chão).
· Local : Caldeira , campismo selvagem em vésperas das festas de Troia : - Ai, ai, ai Arrenalde,.... ai Arrenalde,... ai Arrenalde......tirra, tirrra tirrrrrra , tiiiiiiiiirrrrrrrraaaaaaaaaaaa, tem grrãosinhe d`arrêa..........!
· Local : Caldeira da Troia, noite de Domingo, em plena festa. Anuncio feito nos microfones espalhados pela praia (isto foi pedido de proposito a um “membro” da comissao de festas, e amigo, que era “fanhoso”, para anunciar o fogo de artificio noturno na praia) : “Minhas t`enhoias e mês t`enhois, e p`a dizê q`a mêa`nôte há fôde da páia ! Tô a dizê q`a mêa`nôte há fôde da páia !”
· Marralhas pó ganhas – (expressão pra jogar ao berlinde).
· Na asses mai bogas cu lume tá frraque / Na asses mai bogas frritas, pá ! - (tem o mesmo significado de “a`be já a boca toda” ou “áua”).
· Nã mexas no tempe q`o senão ainda chove.
· Na t`arrmes em enzole - (não chateies, não sejas veneno)
· Nha mãe – (minha mãe).
· O que tu qu`rrias erra um rabe d` arraia p`os ent`rrefolhes acima... – (acho que não necessita de tradução).
· Olha, `ap`a, q` cabele `e esse `o ¡ ab j`a a boca ¡ - (querias…)
· Olha... ápá sóce, deves tá é d`esquecide c`ond andavas ca lata de trrês biques – (é o que a malta mais velha diz aos “novos ricos” com mania. A lata de 3 bicos era quando antigamente muita gente ia á sopa dos pobres e levavam normalmente uma lata grande de conserva).
· Olha... na tarrda munte, nem tás aqui, tás ali! – (vai andand`mane... (v.d.)).
· Q`e dizê, largas`o ferrad`e foges p`a sêba – (armas confusao e depois vais-te embora...).
· Q`e dizê, vocês`e q`comem os figues, e a mim é q`m`arrebent`os bêces. – (expressão usada para dizer que os outros fazem as asneiras e eu é que arco com as consequências).
· Tá bêbd – (esta bêbado).
· Tá o calorr a patáda / Tá o calorr`a padrráda – (está muito calor).
· Tá ralasse / Tá enxut` - (está facil, está tudo facilitado).
· Tens más córr`nes nessa cabeça q`uma saca de carracóis - (tens mais cornos nessa cabeça que uma saca de caracóis).
· Vá pá ré, home – (quando se pede a alguém para se chegar atrás).
· Vai andand`mane ! – (não me chateies).
· Vai-te imborra choc, tá`za dê`xá` água turrva. – (quando alguem é indesejado).
· Virre á querrida – (quando alguém vem a correr).
· Zéi, o má`tá pexade, na vai dá`pa`passá`ós sêques ! - (se não perceberem, perguntem-me, heheh).
· N`álevantes cachão – (deixa-te estar quieto, não faças “ondas”).
· Tá aqui um ganda cachão – (a coisa está a ficar complicada).
· Tá garruaç – (está frio).
· Sóce, salga mas`é isse ... - (esquece essa ideia).