Saturday 1 November 2008

"TEORRIAS D`UM UNIVERRSITARRE"


"`E so pa dezer que na se quem `e que foi o gaje q`escreveu iste`ahn..., s`ov`e reclamacoes na `e nada c`omigue.
O gaje deve `e te da mania, universitare...? C`a p`a mim ia de bibezinhe p`ascola qonde era peqanine..."

Vam la atao ve o qu`esta merda dexa!




TEORRIAS...
Pa todes aqueles qe nã perrcebem nada sobrre a fala dos setubalenses ou pa todes aqueles qe gostavam de saberr más da forrma côme falames, aqui fica uma parrte do mê trrabalhe da faculdade da cadêrra de Comunicaçãum e Patrrimóne Literrárre sobrre o dialécte setubalense, cóm teorrias p'rrá sua orrige, parrticularridades da fonética da nossa fala, um dicionárre de palavrras e frrases tipicas.


Teorias para a origem
Relativamente à influência de franceses no sotaque setubalense, nomeadamente no carregar dos "erres", existem duas teorias conhecidas, e ambas do século XIX: a das invasões napoleónicas a Portugal e a teoria das fábricas conserveiras de Setúbal geridas por franceses, durante a revolução industrial.
Influência dos fluxos migratórios
Apesar de o setubalense ser conhecido por carregar nos "erres", este sotaque, só é praticamente notado nos setubalenses mais idosos, já que grande parte dos setubalenses mais jovens (abaixo da faixa etária dos 45 anos) não tem esse sotaque, mas sim, vários dialectos consoante o bairro de Setúbal, em que o indivíduo está inserido.
Enquanto o extremo oriental da cidade constituído pelo Bairro Santos Nicolau e das Fontainhas, era habitado por gentes vindas do norte do País, em especial da zona da Ria de Aveiro, como a Murtosa, Ovar e Aveiro, e que normalmente vinham para pescar nos seus próprios barcos, mas também para trabalhar nas fábricas de conservas; Por isso a tendência natural das pessoas destes bairros, típica das pessoas do norte, de utilizar sonoridades nasais quando a mesma não se justifica, como por exemplo, em palavras como peru, gente, mesa, tijela, ou quente, e que são ditas, acentuando a sua nasalidade, por pirum, geinte, menza, t'jala ou queinte.
Já o extremo ocidental da cidade, constituído pelo Troino e pelos bairros da freguesia da Anunciada (Viso, Fonte Nova, Palhavã, etc.), era habitado por gentes vindas do Algarve, para trabalhar nos cercos e nas fábricas de conservas de peixe. Por isso a tendência dos descendentes destes bairros, fecharem as vogais, com a maior evidência do "o" transformado em "e" no final das palavras, já que acaba por ser comum a quase todo o Sul de Portugal, com maior destaque para o Algarve, onde os "marafades" são o expoente máximo.

Conclusão
As derivações que permitem depois a riqueza do "dialecto sadino", acabam certamente por estar directamente relacionadas com a forte ligação do povo setubalense ao mar, e à pouca instrução escolar que durante anos marcou a sociedade setubalense, e que permitia facilmente a proliferação de expressões inventadas com palavras adaptadas popularmente às necessidades.
A única certeza, que podemos dar como certa, é que nenhuma das teorias da origem, terá marcado, individualmente, tanto a forma de falar dos setubalenses, porque a forma de falar à setubalense, faz a mistura dos sotaques do algarvio, do nortenho e também do francês. A partir daí, a sua extensão a toda a população setubalense tornou-se fácil e natural, até porque a "musicalidade" intrínseca à verbalização destas expressões, deve-se principalmente à conjugação da grande maioria dos termos, que mais fortemente ficaram agarrados no processo da evolução deste dialecto sadino.

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